Incêndio causa 10 mortes em pousada na região central de Porto Alegre

Arte: Marcelo Zanotti | IHU

29 Abril 2024

Local não tinha alvará para funcionar como pousada e nem Plano de Proteção contra Incêndio.

A reportagem é publicada por Sul21, 26-04-2024.

Um incêndio na pousada Garoa, situada na Avenida Farrapos, entre as ruas Garibaldi e Doutor Barros Cassal, causou a morte de 10 pessoas. O local hospedava pessoas em situação de vulnerabilidade e mantinha parceria com a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), por meio de compra de vagas realizada pela prefeitura.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o estabelecimento não tinha alvará para funcionar como pousada e também não tinha Plano de Proteção contra Incêndio (PPCI).

O incêndio começou durante a madrugada e, por volta das 4 horas, estava controlado. Ainda de acordo com os Bombeiros, duas vítimas foram encontradas no andar térreo, cinco no segundo andar e três no terceiro andar. Oito pessoas foram socorridas com ferimentos, sendo que duas pessoas estão internadas em estado grave no Hospital de Pronto Socorro (HPS).

A perícia criminal está no local para identificar as vítimas e investigar as causas do incêndio. A investigação está a cargo da 17ª Delegacia de Polícia, comandada pelo delegado Daniel Ordahi.

Em rede social, o prefeito Sebastião Melo disse que a prioridade no momento é o atendimento “aos cidadãos resgatados e encaminhados ao HPS”.

Por volta das 8h30, o prefeito esteve no local da tragédia, sendo recebido sob vaias de pessoas que estavam nos arredores. Melo disse que a Fasc vai analisar os documentos do convênio com a pousada da rede Garoa e que pode cancelar o contrato. “Provavelmente caminhe na decisão de romper com eles”, afirmou.

O prefeito não soube responder sobre o fato do estabelecimento não ter alvará para funcionar como pousada e nem o PPCI. Ainda assim, disse acreditar que a pousada apresentou todos os documentos exigidos na ocasião da licitação. “Entre o papel e a realidade, no Brasil, há diferença em várias questões”.

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